segunda-feira, 22 de março de 2010

Call for Applications: ESF-Liu Conference - "Paying Attention: Digital Media Cultures and Generational Responsibility"

Call for Applications: ESF-Liu Conference - "Paying Attention: Digital Media Cultures and Generational Responsibility"

PAYING ATTENTION: DIGITAL MEDIA CULTURES AND GENERATIONAL RESPONSIBILITY
September 6-10
Linkoping, Sweden


"Paying Attention" concerns the politics, ethics and aesthetics of the attention economy. This is the
social and technical milieu in which web native generations live much of their lives. It will address key
questions like:

- What architectures of power are at work in the attention economy?
- How is it building new structures of experience? What kinds of value does this architecture
produce?

"Paying Attention" encourages dialogue between researchers from the fields of Cultural and New
Media Studies, Education, Communications, Economics, Internet studies, Human Computer Interface
Studies, Art and Design. It also seeks the input and insights of creative practitioners exploring critical
and alternative uses of new media forms and technologies.

Chairs:
- Jonathan Dovey, Digital Cultures Research Centre, University of the West of England, UK
- Patrick Crogan, Department of Culture, Media and Drama, University of the West of England, UK

Invited Speakers will include:
• Michel Bauwens, Foundation for Peer-to-Peer Alternatives
• Ruth Catlow, Furtherfield .org Independent Net Art collective, UK
• Jonathan Dovey, University of the West of England, UK
• Aphra Kerr, National University of Ireland Maynooth, IE
• Simon Poulter, Independent Digital Artist and Curator, UK
• Stanza, Independent Digital Artist, UK
• Bernard Stiegler, Institut de recherche et d’innovation, Centre Georges Pompidou, FR
• Tiziana Terranova, University of Naples, IT


Full conference programme, including list of invited speakers, and application form accessible online
from www.esf.org/conferences/10316

Grants are available for students, early stage researchers and other applicants to cover the
conference fee and possibly part of the travel costs. Grants are distributed based on financial need,
ESF conference participation guidelines and scientific merit. Grantees must attend the entire
conference in order to benefit from the grant.

Closing date for applications: 1 May 2010.

ESF Contact: Anne Blondeel - ablondeel@esf.org

This conference is organised by the European Science Foundation (ESF), in partnership with the
University of Linköping (LiU).

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Distributed through Cyber-Society-Live [CSL]: CSL is a moderated discussion
list made up of people who are interested in the interdisciplinary academic
study of Cyber Society in all its manifestations.To join the list please visit:
http://www.jiscmail.ac.uk/lists/cyber-society-live.html
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AULA ABERTA "The Rise of New PlaNET (international communication 2.0) and the Trends of Emerging web-native world".


AULA ABERTA



"The Rise of New PlaNET (international communication 2.0) and the Trends of Emerging web-native world".
Prof. Kazimierz Krzysztofek, PhD
Institute of Sociology, University of Bialystok, Poland

Data: 3ª Feira - 23 Março de 2010 das 14 às 17h.
Local: Universidade do Minho, Complexo Pedagógico 3 - Gualtar. Sala 3.301
I - Rise of the Global Communication 2.0: From Institutions to Networks

The lecture is meant at giving an answer to important question what kind of culture is emerging in international networks, what cultural activities of people on the net are like and what future they will create, how they will feature the international communication thus tracking the future trends of social and cultural development, in what degree this will be a continuity and in what measure new cultures will change the world in generations to come. International communication as a term seems a bit obsolete as we do not really know what the very word “nation” means nowadays. That is why when talking about communication 2.0 the “global communication” seems more relevant.
II. Emerging web native world: cultural and institutional time lag
Here I attempt at answering a question what a new quality the present day Web–coined 2.0 – creates as a product of digital network technologies of cooperation and user generated contents. The Author reflects on the nature of this emergent phenomenon: to what extent it is an open participatory system of information/knowledge creation and distribution beyond markets and corporations, in what measure a new system of market regulation and in what degree a self-regulating and self-poietic system to use the Niklas Luhman’s term, and, finally, what cultural and institutional change it brings about. To get a better grip of the nature of this change a general conceptual framework has to be conceived that is based on legitimate principles of power and freedom in networks.
..........................................
Brief CV
Kazimierz Krzysztofek's fields of research and scholarly competence include: the impact of information technology on the arts; the implications of IT for cultural industries and culture production, distribution, and consumption; and community cultures and civil society. Since 1994 (until 2000) he worked at the Institute of Culture as Director for Research. He has been Professor of Sociology at the University of Bialystok since 1997, vice-president of the Pro Cultura Foundation and a member of the Polish Academy of Science Committee for Forecasting "Poland 2000Plus" since 1995. Since 2000 he has been professor of sociology at the Warsaw School of Social Psychology in Warsaw. ;; He is also a member of the International Studies Association, as well as a member and former board member of the European network of research institutes on culture and culture documentation centers (CIRCLE). In 1987/88 he was senior Fulbright scholar in the MIT Center for International Studies (Program on International Communication) and in 1996, a visiting lecturer at the Pennsylvania State University, State College, Pa, He has published widely and received numerous awards and honours. I.a. he is co-author of the university text-book : Understanding Human Development: from traditional to information society (2002), as well as UNDP Report” Poland on the way to Information Society: Logging on (2003)

segunda-feira, 15 de março de 2010

"Apropriações do Twitter" de André Lemos

A apropriação social da tecnologia.

Excertos de "Apropriações do Twitter" de André Lemos

"A cibercultura nos dá, desde o início, exemplos de como a apropriação social dirige os rumos do desenvolvimento tecnológico.

[...]

No entanto, essa apropriação social da tecnologia não é exclusiva do campo das novas tecnologias ou das novas mídias, mas inerente à toda evolução tecnológica. Veja, nesse sentido, o interessante site de Kevin Kelly, Street Use, para se ter uma idéia dessa apropriação ao quotidiano. Gambiarras são produzidas o tempo todo. Desde sempre, e desde o início, o “Homo Faber”, o que faz coisas, e “Homo Ludens”, o que “joga” com as coisas, se encontram no mesmo Homem que lida com seus artefatos. E é nos desvios que surgem sempre os usos mais criativos, críticos ou mesmo inovadores, no sentindo de impulsionar, no seu modo de existência (Simondon), os destinos da sociedade humana.

[...]


Hoje o Twitter é incontornável, utilizado para reforço social e comunitário, como forma de denúncia política (como recentemente no Irã) ou de ajuda humanitária (nos terremotos do Haiti e do Chile), para a circulação de informações acadêmicas, propaganda governamental e/ou empresarial, como extensão de empresas de informação, etc. Os usos são inúmeros e variados. Assim, o que foi pensado como uma simples atualização de amigos dizendo o que eles estariam fazendo naquele momento, se transformou, pelo uso social e não pela intenção original, em algo maior, mais importante e menos frívolo. As vezes, dizer o que se está fazendo é o que menos aparece no sistema.

[...]

Nada disso foi previsto e tudo isso só enriquece a ferramenta, os usuários e, obviamente, seus idealizadores. E assim caminha a cibercultura no embate entre o “sistema” e o “mundo da vida” mostrando a adaptação do primeiro e a criatividade do último.



"Redes sociais não, obrigado"

"Redes sociais não, obrigado"

Por Pedro Afonso

in Jornal Público (15 de Março de 2010)

http://jornal.publico.clix.pt/noticia/15-03-2010/redes-sociais-nao-obrigado-18988716.htm

O crescimento das redes sociais demonstra que o Homem, outrora sonhador, com ideias e valores, está a capitular



"Seja como for, parece não existirem dúvidas de que se criou um certo consumismo social, sem esforço, e acessível a alguns toques no teclado do computador. Porém, as redes sociais da Internet, no sentido em que são redes virtuais e menos complexas, podem surgir como uma forma de resistência à aquisição de uma verdadeira aprendizagem social, promovendo a regressão e a imaturidade. A amizade criada no mundo real demora tempo a consolidar-se e passa por diversas provas que nada têm a ver com as pseudo-amizades do mundo virtual. Por essa razão, nenhum relacionamento através do computador substituiu a experiência da presença humana: a troca de olhares, a expressão facial, os gestos, o tom de voz, etc. As redes sociais favorecem o empobrecimento do relacionamento social - criando-se novas formas de solidão - porque as relações pessoais reais são mais ricas e profundas."


Comentário breve

É uma posição saudosista que, de certa forma, não entende a mudança na natureza das ligações sociais no mundo moderno. É mais uma posição moralista que, apesar das boas intenções, não leva na prática a lado nenhum como aliás todos os moralismos. Talvez faça sentido accionar uma posição dialógica de tipo ético, menos rígida tendo em conta a crise das ligações no mundo moderno.

A idéia de "moral" e "ética", implícita no meu texto, tem origem em Gilles Deleuze "Sur la différence de l'Éthique avec une Morale", segundo capítulo do livro: Spinoza - Philosophie pratique (Minuit, Paris, 1981).

Simplificando ao máximo, a moral liga-se aos "códigos, isto é, o conjunto de valores e regras de acção vigentes na sociedade em que estamos vivendo; guia as nossas escolhas, tomando como referência tais códigos ".

A ética, por seu lado, "guia as nossas escolhas, só que seleccionando o que favorece e o que não favorece a vida, tendo como critério a afirmação de sua potência criadora."


Eu diria que o que está em jogo é o processo terapêutico de individuação (não confundir com o individualismo) num mundo que perdeu a estabilidade anterior. Talvez esse processo se tenha tornado menos linear e pode, apesar de tudo, passar por estas novas redes. Desde que, e aqui está presente uma opção ética, permita, como dizia Carl Jung, uma reconciliação consigo mesmo e ao mesmo tempo com a humanidade no sentido da vida e do respeito pela diferença.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Como almas penadas, erramos em direcção ao nada ou a qualquer coisa: o Facebook e a vida quotidiana

"Como almas penadas, erramos em direcção ao nada ou a qualquer coisa": o Facebook e a vida quotidiana

(Comentário de um texto sobre as ligações sociais através do Facebook).

Isabel Coutinho, "Retirar alguém das redes sociais. Facebook: desamigar é a nova palavra" in Público, 3 de Dezembro de 2009. Ver aqui:

http://www.publico.pt/Tecnologia/facebook-desamigar-e-a-nova-palavra_1412415

O Facebook tinha inicialmente um objectivo muito simples: aumentar a rede de contactos dos jovens universitários dentro do território universitário. Neste sentido, surge como um complemento das redes de "amigos" tradicionais (relações de co-presença física):

"Não se sabe se pela cabeça dos fundadores do Facebook, Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin, passou alguma vez a ideia de que os utilizadores do site iriam estar preocupados com esta coisa de desamigar. É que o Facebook nasceu porque eles queriam conhecer outras pessoas. "Eles só queriam conhecer algumas miúdas..." é a frase que Ben Mezrich, autor do livro Milionários Acidentais - A Criação do Facebook: Uma História de Génios, Sexo, Dinheiro e Traição (que irá ser publicado em Janeiro pela Lua de Papel), mais tem utilizado para explicar como é que nasceu esta rede social em 2004". (ver artigo do jornal Público, citado acima)

Entretanto, em 2006, esta situação altera-se com o alargamento exponencial do Facebook.

"Era assim em 2004, quando o Facebook surgiu e se destinava apenas a estudantes (só desde Setembro de 2006 é que é aberto a toda a gente). Desde então muitas coisas mudaram, outras nem por isso". (ver artigo do jornal Público, citado acima)

Várias questão emergem: qual a razão do sucesso tão rápido deste tipo de redes? Qual a razão que nos leva a passar muitas horas em frente ao ecrã do computador fazendo amigos, conversando e jogando no Facebook? Será que este alargamento das redes sociais foi algo de novo? Poderíamos falar de novas formas de nos relacionamos socialmente? Ou, e este é o meu argumento principal, o facto destas redes começarem a alargar-se de uma forma exponencial seria um sintoma de uma mudança fundamental na nossa forma de viver o trabalho, a vida sentimental e a relação com os amigos?

Podemos, na verdade, fazer várias interpretações deste fenómeno. Uma primeira seria a mais habitual no mundo cibernético: a tese de que melhora a nossa condição de vida alargando o nosso círculo de amigos, descobrindo novos jogos, etc. numa lógica de fastfood de consumo e sexo. Um outra reafirma o papel da ligação social tradicional dizendo que, no essencial, nada muda. Finalmente, teremos uma tese mista, que irei defender, que acentua as interacções híbridas entre o mundo da tecnologia e a vida social nomeadamente na instância decisiva: o nosso quotidiano, a nossa apreensão subjectiva da vida do dia-a-dia. E que contextualiza estas mudanças no âmbito da crise da forma moderna de trabalhar e viver.

A tese de continuidade que reafirma a importância do social

Deixando para outra oportunidade a tese eufórica da defesa da Internet, a argumentação mais tradicional no mundo académico, defendida por alguns sociólogos, passa pela ideia de que, no essencial, nada muda. O Facebook é mais um instrumento de relacionamento social (a tese de Manuel Castells é semelhante: ver o meu artigo sobre a noção de rede social: aqui).

"Aquilo que a investigação tem mostrado é que as pessoas acabam a repetir na Internet o mesmo tipo de dinâmicas sociais que têm habitualmente. "O meio tecnológico muda, mas o fenómeno social acaba por ser mais ao menos o mesmo. 'É essa também a opinião de Gustavo Cardoso, sociólogo do ISCTE, autor de Para Uma Sociologia do Ciberespaço. "A maneira como usamos o Facebook é aquela como nos relacionamos face a face. É mais uma ferramenta nessa estratégia de relacionamento'." (ver artigo do jornal Público, citado acima)

A tese da mudança

Contudo, as investigações mostram que algo está a mudar. Para entendermos essa mudança teremos de fazer uma espécie de mudança de paradigma no nosso olhar como investigadores sociais (ver Maffesoli e Gabriel Tarde). Como digo num texto sobre Gabriel Tarde, "o estudo dos fenómenos como as novas redes sociais mediadas digitalmente deve valorizar igualmente as apreensões subjectivas e diferentes que agregadas constituem a realidade tal como é defendido por Gabriel Tarde, Certeau, Le Roy Ladurie e Descola. Devem-se evitar as diferenciações entre moderno e pré-moderno em torno de grandes categorias reificadas. De facto, no meio das novas tecnologias digitais coexistem lado a lado o moderno e o pós-moderno".

(http://socialsoftware-portugal.blogspot.com/2010/02/da-importancia-do-quotidiano-no-estudo.html)

Desta forma, partindo de uma perspectiva assente no quotidiano em que as misturas, entre pré-moderno, moderno e pós-moderno, estão cada vez mais presentes, alargam-se e aceleram-se as redes sociais de co-presença e as mediadas pelas redes digitais assistindo-se a uma espécie de efeito de ampliação que não é necessariamente apenas quantivativo. Ou seja, quanto mais tempo passamos no social-networking mais aumentam e se reforçam os nossos relacionamentos baseados nas relações interface mas também os de fora dessa rede local.

No entanto, parece que esta mudança não é assim tão acentuada. A noção de que estarmos a mudar radicalmente não é totalmente suportada pelas investigações. Algumas pesquisas, nos EUA e na Europa, mostram que em grande parte os relacionamentos via SNS (Social-Networking Sites) correspondem ainda às redes baseadas na interacção de co-presença física.

"Para os jovens a internet não é nem um inferno nem um paraíso e não muda completamente o mundo. É também, e acima de tudo, um instrumento de diversão. Na utilização concreta verifica-se que, “apesar da imensidão da Web, a tendência é para tecer pequenas teias pessoais.”

In http://www.josecarlosabrantes.net/detalhe.asp?id=219&idc=38

Um outro estudo, nos EUA, diz-nos que, no caso dos jovens adolescentes (12-17 anos), as estratégias variam em função do género. No caso das raparigas, pretende-se reforçar as relações de co-presença já existentes. Os rapazes, pelo contrário, pretendem alargar a sua rede social.

"The survey also finds that older teens, particularly girls, are more likely to use these sites. For girls, social networking sites are primarily places to reinforce pre-existing friendships; for boys, the networks also provide opportunities for flirting and making new friends".

in http://www.pewinternet.org/PPF/r/198/report_display.asp

View PDF of Report

Contrariando assim parcialmente a tese de que o Social-Networking na Internet não muda no essencial a relação social, seria interessante sugerir uma tese intermédia entre euforia dos defensores da internet e os seus críticos tradicionais.

Em primeiro lugar, vale a pena uma maior aproximação ao fenómeno a partir de uma visão fenomenológica e quotidiana. Por exemplo, saber se estas diferenças também são significativas entre grupos sociais mais velhos. Neste sentido, poderíamos mesmo avançar a hipótese de que os STS tendem a ser uma das várias vias para alargar os nossos horizontes numa fase mais avançada da vida. Poderia mesmo fazer-se uma tipologia da sua utilização em função do maior ou menor grau de risco e nomadismo que, em grande parte, atravessa duas fases essenciais da vida: a entrada no mundo do trabalho e a sua saída. Seguindo parcialmente os preceitos da religião hindu e os fundamentos das éticas orientais, talvez esteja a emergir, com a ajuda destas novas ligações, uma consciência que encara o investimento no mundo do trabalho assalariado como um intervalo e não como o centro da vida (a valorização do trabalho e do modelo empresarial moderno emergiu, numa coincidência que Max Weber estudou exaustivamente, no século XIX, com a ética protestante baseada na predestinação).

Num certo sentido, no caso de alguns grupos sociais, os STS reforçam as lógicas de fechamento em grupos relativamente estáveis e fechados que ainda se centram numa base tradicional de vida. Noutros grupos, pretende-se não só alargar como também alterar as práticas de uso do próprio STS. Seriam de incluir neste grupo, jovens artistas e criadores para quem o contacto com grupos de afinidade ultrapassa a lógica do grupo tribal baseado no território e para quem o trabalho assalariado deixou de ser o centro da sua vida. Por outro lado, num certo sentido, estaríamos perante novas tribos que já não assentam na lógica territorial ou identificação com valores de tipo nacionalista ou local. Seria uma alteração na sua individuação num sentido mais aberto ao mundo e à diferença (ver a individuação em Carl Gustav Jung). Ou, usando os termos de Gilbert Simondon, assiste-se a uma nova mistura entre o étnico e o técnico em que as lógicas étnicas territoriais estariam a mudar em favor de uma nova mistura entre o técnico e o étnico. Uma nova forma de ser tribo, usando a ideia de Maffesoli.

De certa forma, estas redes seriam também produtoras e efeitos (ao mesmo tempo) da mudança e crise no coração da forma mais divulgada de relação social: a condição assalariada do trabalho produtivo que assenta na energia e na produção material (Ver Karl Marx). A mudança nessa relação passa, como veremos com Antonio Negri, pelo aumento exponencial do trabalho imaterial (trabalho essencialmente de comunicação) criando as condições subjectivas para a crise desse modelo.

De acordo com Richard Sennet (ver aqui),

"podíamos ter perdido a atracção pela acção política; podíamos estar confusos quanto ao valor moral de muitas experiências emotivas, mas dispúnhamos [na época moderna] de critérios razoavelmente claros e partilhados para avaliar a criatividade e a produtividade de cada um, no processo de fabricação de artefactos úteis ao mundo".

A relação baseada no trabalho material funcionava, no quotidiano, como um momento de estabilidade na nossa relação com o mundo. A ética moderna do trabalho dava-nos a estabilidade para conduzir a nossa vida acreditando que, no final, uma boa reforma baseada no nosso sacrifício seria um pouco o céu na terra. Todavia, toda esta crença começa pouco a pouco a ser corroída com o neo-liberalismo selvagem e a indefinição na nossa relação com um trabalho cada vez menos material e assente em relações cada vez menos solidárias.

"Actualmente, mesmo esse frágil gancho com o que está "fora de nós" veio abaixo. Com as novas regras da livre concorrência, a insegurança da vida sentimental se estendeu à vida profissional. Qualquer parceria se tornou precária. A presença do outro não mais suscita apelo à colaboração, mas sim desejo de instrumentalização. Tornamo-nos uma multidão anónima, sem rosto, raízes ou futuro comum. E, se tudo é provisório, se tudo foi despojado da dignidade que nos fazia querer agir correctamente, quem ou o que pode apreciar o "carácter moral" de quem quer que seja? Na cultura da "flexibilidade", como reza o jargão neoliberal, ou fingimos acreditar em valores que não mais existem ou acreditamos, verdadeiramente, em miragens - e a alienação é ainda maior." (recensão de R. Sennet: ver aqui)

Neste esvaziamento, começamos a tentar coisas novas, uma espécie de vagabundagem que tanto nos liberta como aumenta a insatisfação e nos leva para novas dependências. Neste contexto, surge o fenómeno das redes sociais digitais como uma saída (em grande parte ilusória) para a crise do mundo moderno.

Nas palavras de Sennet, "isolados do público, pela paixão dos interesses privados, e dos mais próximos afectivamente, pela degradação do trabalho e pela volubilidade sentimental, erramos em direcção ao nada ou a qualquer coisa." (recensão de R. Sennet: ver aqui)

A satisfação imediata e rápida assente num consumo acelerado, usando em grande parte a Internet, torna-se o nosso lema. A moda da amizade fast-food, sexo e dos jogos on-line parece ser o nosso destino comum.

"Tanto faz o bem e o mal, o justo e o injusto, quando o que temos como guia é o bem-estar do corpo e das sensações. Resta acreditar que "consumir objectos de desejo" é o mesmo que "satisfazer desejos". Enquanto acreditamos nisso, o show continua: no desfile das drogas, cartões de crédito, pornografia na Internet, etc." (recensão de R. Sennet: ver aqui)

Desta forma, esta via esgotada do capitalismo, de uma forma de "ser" assente no assalariado e na ética do trabalho, dá lugar a um novo niilismo que passa pelo contacto acelerado e corporal com as redes digitais numa lógica de sensações rápidas e sempre insatisfeitas. Uma crise que tanto nos pode levar a um afundar cada vez maior no consumo e nas relações sociais fast-food, como pode fazer emergir coisas novas, alternativas e mais criativas de vida, e de relação com a morte.

Como diz António Negri,

"o lugar onde se produz o excedente de produtividade já não é a fábrica, nem o sistema da grande indústria, mas o conjunto de ''redes'' sociais por meio das quais essa massa de trabalhadores imateriais aprende, coloca-se em contato, comunica, inventa, produz mercadorias e faz tudo isso reproduzindo subjetividades. Porque somente a alma e o cérebro produzem hoje excedente".

No meio desta crise das categorias básicas da modernidade, assiste-se, por todo o lado, à emergência de movimentos sociais novos e difusos (e algumas faces do social-networking digital são um exemplo), muitas vezes numa lógica de multidão e de rede polimórfica, em que se defende, nas palavras de Negri (1997), o "direito de ir-e-vir e de cidadania, [um] nomadismo da força de trabalho, da procura de novos espaços de expressão e vida, uma condição irremissível da liberdade e da riqueza".

(ver: António Negri, "Direita e esquerda na era pós-fordista: mudanças na esfera da produção levam a novas formas de organização e atuação políticas", in Folha de São Paulo, 29/06/97,http://www.dossie_negri.blogger.com.br/index.html [Consultado em: 12 de Fevereiro de 2010]).

Nota: muitas destas ideias surgiram a partir da leitura de textos (e de conversas com) de Moisés de Lemos Martins, Zara Pinto Coelho, José Bragança de Miranda, Albertino Gonçalves, Jean-Martin Rabot, Edmundo Cordeiro e Pedro Daniel R. Costa (ver aqui o seu excelente blog "Sociologia da Individuação"). O meu sincero agradecimento a todos.

Leituras acerca do Ciberespaço e da Cibercultura

BERGMANN, H. (2007), "Ciberespaço e cibercultura: novos cenários para a sociedade, a escola e o ensino da geografia" in Caminhos de Geografia, vol. 8 nº 20, 2007, pp. 22-28 Disponível em: http://www.caminhosdegeografia.ig.ufu.br/viewissue.php?id=47

Ideias principais do artigo

O que muda com as novas ligações no ciberespaço?

1. relações sociais desterritorializadas

"A noção de territoralidade já não se encontra associada à materialidade do entorno físico (ver Ortiz, 1994), podendo-se falar da existência de relações sociais planetarizadas, isto é, de um mundo real e imaginário que se estende de forma diferenciada(...) por todo o planeta. Dá-se a mundialização da cultura.

O termo cyberspace foi cunhado por William Gibson, escrito de ficção científica, no seu livro Neuromancer (1984). Para Lèvy (1999), o ciberespaço é um espaço não físico ou territorial, que se compõe de um conjunto de redes de computador através das quais todas as informações (...) circulam. De acordo com Silva (2004), o ciberespaço é a MATRIX, uma região abstracta invisível que permite a circulação de informações na forma de imagens, sons, textos, etc. Contitui um espaço social de trocas simbólicas entre pessoas dos mais diversos locais do planeta.

O ciberespaço agrega o espaço socialmente produzido, sendo este uma estrutura criada pela evolução dos recursos tecnológicos e pelas construções sociais resultantes das apropriações feitas pelos indivíduos. O ciberespaço é visto como uma dimensão da sociedade em rede, onde os fluxos definem novas formas de relações sociais".

2 - "As relações sociais no ciberespaço, apesar de virtuais, tendem a repercutir ou a se concretizar no mundo real".

3 - O que é a cibercultura?

"A cibercultura é definida por um conjunto de técnicas, práticas, modos de pensamento e valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento da Internet como um meio de comunicação. Trata-se de um novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização, acesso e transporte de informação e conhecimento. O principio da inteligência colectiva é para Lèvy (1999 p.129) a finalidade última da cibercultura, constituindo mais um campo de problemas do que uma solução."

Referências bibliográficas principais do artigo original:

LÈVY, P. (1999): Cibercultura. São Paulo: ed.34
LÈVY, P. (2000): A inteligência colectiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola, 3ª ed.
ORTIZ, R. (1994): Mundialização e cultura. São Paulo: Brasilense, 2ª ed.

segunda-feira, 8 de março de 2010

"Critérios de reputação em coletivos digitais: estudo de caso na disciplina criando comunidades virtuais de aprendizagem e de prática"

Ver esta tese de mestrado brasileira sobre as relações sociais numa comunidade virtual em que se utiliza um método etnográfico baseado na antropologia simétrica de Bruno Latour.

"Título original

Critérios de reputação em coletivos digitais: estudo de caso na disciplina criando comunidades virtuais de aprendizagem e de prática
Autor

Freire, Claudia Pontes

Resumo

"Relações de poder na sociedade em rede, emergência, nomadismo e coletivos digitais.

Estudo inserido na Área de Concentração Interfaces Sociais da Comunicação, na Linha de Pesquisa Educomunicação do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM) da Universidade de São Paulo. A pesquisa trata dos critérios de reputação em trabalho coletivo mediado denominado texto coletivo desenvolvido por alunos do Programa de Pós- Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM) da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, constituindo-se em um estudo de caso na disciplina Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem e Prática, em vigor desde o ano de 2001. Estudo longitudinal, exploratório, o método é etnográfico utilizando técnicas de coleta de dados quantitativas (questionário fechado) e qualitativas observação participante e coleta de depoimentos. Os resultados apontam para os seguintes critérios de reputação: a) o envolvimento dos participantes na atividade de produção coletivo; b) a influência do conhecimento de cultura digital e ferramentas da web (literacia digital); c) perfil do aluno e característica pessoais que despertam a confiança e o compartilhamento de conhecimento por parte dos outros colegas."

Metodologia utilizada:



Ver aqui a tese completa:

A comunicação pós-massiva (André Lemos)

Ver este texto de André Lemos:

“A nova esfera conversacional se caracteriza por instrumentos de comunicação que desempenham funções pós-massivas (liberação do pólo da emissão, conexão mundial, distribuição livre e produção de conteúdo sem ter que pedir concessão ao Estado), de ordem mais comunicacional do que informacional (mais próxima do ‘mundo da vida’ do que do ’sistema’), alicerçada na troca livre de informação, na produção e distribuição de conteúdos diversos, instituindo uma conversação que, mesmo sendo planetária, reforça dimensões locais. As tecnologias da comunicação e da interação digitais, e as redes que lhe dão vida e suporte, provocam e potencializam a conversação e reconduzem a comunicação para uma dinâmica na qual indivíduos e instituições podem agir de forma descentralizada, colaborativa e participativa.”

Ver aqui o texto completo:


E também o texto de Raquel Recuero:

domingo, 7 de março de 2010

Reviews of books about contemporary media and culture

Each month, RCCS Reviews <> pumps out free, full-length reviews of books about contemporary media and culture.

Site:

http://rccs.usfca.edu/booklist.asp

Ex.:

Small Tech: The Culture of Digital Tools
Editor: Byron Hawek, David M. Rieder, Ollie Oviedo
Publisher: University of Minnesota Press, 2008

Blogs, Wikipedia, Second Life, and Beyond: From Production to Produsage
Author: Axel Bruns
Publisher: Peter Lang, 2008

20 Questions About Youth & the Media
Editor: Sharon R. Mazzarella
Publisher: Peter Lang, 2007

Instant Identity: Adolescent Girls and the World of Instant Messaging
Author: Shayla Thiel Stern
Publisher: Peter Lang, 2007

Online Social Support: The Interplay of Social Networks and Computer-Mediated Communication
Author: Antonina Bambina
Publisher: Cambria Press, 2007

Theorizing Digital Cultural Heritage: A Critical Discourse
Editor: Fiona Cameron, Sarah Kenderdine
Publisher: MIT Press, 2007

Playing the Past: History and Nostalgia in Video Games
Editor: Zach Whalen, Laurie N. Taylor
Publisher: Vanderbilt University Press, 2008

Zero Comments: Blogging and Critical Internet Culture
Author: Geert Lovink
Publisher: Routledge, 2008

Digital Shock: Confronting the New Reality
Author: Herve Fischer (Translated by Rhonda Mullins)
Publisher: McGill-Queen's University Press, 2006

Las Metáforas de Internet
Author: Edgar Gómez Cruz
Publisher: Editorial Universitat Oberta de Catalunya, 2007

Living on Cybermind: Categories, Communications, and Control
Author: Jonathan Paul Marshall
Publisher: Peter Lang, 2007

The Exploit: A Theory of Networks
Author: Alexander R. Galloway, Eugene Thacker
Publisher: University of Minnesota Press, 2007

Technically Together: Rethinking Community within Techno-Society
Author: Michele A. Willson
Publisher: Peter Lang Publishing, 2006

Electronic Literature Collection (Volume 1)
Editor: N. Katherine Hayles, Nick Montfort, Scott Rettberg, Stephanie Strickland
Publisher: Electronic Literature Organization, 2006

Electronic Literature Collection (Volume 1)
Editor: N. Katherine Hayles, Nick Montfort, Scott Rettberg, Stephanie Strickland
Publisher: Electronic Literature Organization, 2006

Organized Networks: Media Theory, Creative Labour, New Institutions
Author: Ned Rossiter
Publisher: NAi Publishers, 2006

The Internet Imaginaire
Author: Patrice Flichy
Publisher: MIT Press, 2007

The Body and the Screen: Theories of Internet Spectatorship
Author: Michele White
Publisher: MIT Press, 2006

Youth Online: Identity and Literacy in the Digital Age
Author: Angela Thomas
Publisher: Peter Lang Publishers, 2007

Social Consequences of Internet Use: Access, Involvement, and Interaction
Author: James E. Katz, Ronald E. Rice
Publisher: MIT Press, 2002

Information Please: Culture and Politics in the Age of Digital Machines
Author: Mark Poster
Publisher: Duke University Press, 2006

Connecting: How We Form Social Bonds and Communities in the Internet Age
Author: Mary Chayko
Publisher: State University of New York Press, 2002

New Technologies at Work: People, Screens and Social Virtuality
Editor: Christina Garsten, Helena Wulff
Publisher: Berg Publishers, 2003

Computer Mediated Communication: Social Interaction and the Internet
Author: Crispin Thurlow, Laura Lengel, Alice Tomic
Publisher: Sage, 2004

Connected, or What It Means to Live in the Network Society
Author: Steven Shaviro
Publisher: University of Minnesota Press, 2003

Online Social Research: Methods, Issues, and Ethics
Editor: Mark D. Johns, Shing-Ling Sarina Chen, G. Jon Hall
Publisher: Peter Lang Publishers, 2004

Touch: Sensuous Theory and Multisensory Media
Author: Laura U. Marks
Publisher: University of Minnesota Press, 2002

Literacy in the New Media Age
Author: Gunther Kress
Publisher: Routledge, 2003

Me++ : The Cyborg Self and the Networked City
Author: William J. Mitchell
Publisher: MIT Press, 2003

The Postdigital Membrane: Imagination, Technology and Desire
Author: Robert Pepperell, Michael Punt
Publisher: Intellect Books, 2000

Windows and Mirrors: Interaction Design, Digital Art, and the Myth of Transparency
Author: Jay David Bolter, Diane Gromala
Publisher: MIT Press, 2003

The Internet: An Ethnographic Approach
Author: Daniel Miller, Don Slater
Publisher: Berg Publishers, 2001

A Hacker Manifesto
Author: McKenzie Wark
Publisher: Harvard University Press, 2004

Virtual Society?: Technology, Cyberbole, Reality
Editor: Steve Woolgar
Publisher: Oxford University Press, 2002

Cyberculture
Author: Pierre Lévy (Translated by Robert Bononno)
Publisher: University of Minnesota Press, 2001


Online Connections: Internet Interpersonal Relationships
Author: Susan B. Barnes
Publisher: Hampton Press, Inc, 2001

On the Internet
Author: Hubert L. Dreyfus
Publisher: Routledge, 2001

Semiotic Flesh: Information and the Human Body
Editor: Phillip Thurtle, Robert Mitchell
Publisher: Walter Chapin Simpson Center for the Humanities, 2003

Communities in Cyberspace
Editor: Marc Smith, Peter Kollock
Publisher: Routledge, 1999

At Home With Computers
Author: Elaine Lally
Publisher: Berg Publishers, 2002

Metal and Flesh: The Evolution of Man: Technology Takes Over
Author: Ollivier Dyens (Translated by Evan J. Bibbee and Ollivier Dyens)
Publisher: MIT Press, 2001

Where the Action Is: The Foundations of Embodied Interaction
Author: Paul Dourish
Publisher: MIT Press, 2001


Communication and Cyberspace: Social Interaction in an Electronic Environment (2nd Edition)
Editor: Lance Strate, Ron L. Jacobson, Stephanie Gibson
Publisher: Hampton Press, Inc, 2003

Community Informatics: Shaping Computer-Mediated Social Relations
Editor: Leigh Keeble, Brian D. Loader
Publisher: Routledge, 2001

Cyberpunk and Cyberculture: Science Fiction and the Work of William Gibson
Author: Dani Cavallaro
Publisher: Athlone Press, 2000

Digital Mosaics: The Aesthetics of Cyberspace
Author: Steven Holtzman
Publisher: Touchstone Books, 1998

An Introduction to Cybercultures
Author: David Bell
Publisher: Routledge, 2001

Media Technology and Society, A History: From the Telegraph to the Internet
Author: Brian Winston
Publisher: Routledge, 1998

The Victorian Internet: The Remarkable Story of the Telegraph and the Nineteenth Century's On-Line Pioneers
Author: Tom Standage
Publisher: Berkley Publishing Group, 1998

What's the Matter with the Internet?
Author: Mark Poster
Publisher: University of Minnesota Press, 2001

Techgnosis: Myth, Magic, and Mysticism in the Age of Information
Author: Eric Davis
Publisher: Harmony Books, 1998


Philosophy and Computing: An Introduction
Author: Luciano Floridi
Publisher: Routledge, 1999

Conversation and Community: Chat in a Virtual World
Author: Lynn Cherny
Publisher: CSLI Publications, 1999

The World Wide Web and Contemporary Cultural Theory
Editor: Andrew Herman, Thomas Swiss
Publisher: Routledge, 2000

The Language of New Media
Author: Lev Manovich
Publisher: MIT Press, 2001

New Technologies at Work: People, Screens and Social Virtuality
Editor: Christina Garsten, Helena Wulff
Publisher: Berg Publishers, 2003

Community Building on the Web
Author: Amy Jo Kim
Publisher: Peachpit Press, 2000

How We Became Posthuman: Virtual Bodies in Cybernetics, Literature, and Informatics
Author: N. Katherine Hayles
Publisher: University of Chicago Press, 1999

Remediation: Understanding New Media
Author: Jay David Bolter, Richard Grusin
Publisher: MIT Press, 1999

Memory Trade: A Prehistory of Cyberculture
Author: Darren Tofts, Murray McKeich
Publisher: G + B Arts International, 1998

sexta-feira, 5 de março de 2010

Social Media Revolution


Social Media Revolution
www.youtube.com
"Social Media Revolution: Is social media a fad? Or is it the biggest shift since the Industrial Revolution? This video details out social media facts and figures that are hard to ignore. This video is produced by the author of Socialnomics".